Temer admite dificuldade para aprovar reforma da Previdência

Publicada em 6 de Novembro
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O presidente afirmou que seu governo terá dado certo mesmo se as mudanças na aposentadoria não forem aprovadas

(FILES) This file photo taken on October 23, 2017 shows Brazilian President Michel Temer while he attends the award ceremony of the Order of Aeronautical Merit at an air base in Brasilia, on October 23, 2017.
Brazilian President Michel Temer thanked deputies Thursday in a video posted to social media a day after lawmakers voted down a corruption probe against him. / AFP PHOTO / EVARISTO SA

O presidente Michel Temer admitiu nesta segunda-feira que o governo terá dificuldade para aprovar a reforma da Previdência. Na abertura de reunião de líderes da base aliada da Câmara dos Deputados, ele disse que continuará empenhado na aprovação da reforma, mesmo que a sociedade, a imprensa e os parlamentares não demonstrem interesse em mudar as regras da aposentadoria do país.

“Se, em um dado momento, a sociedade não quer, a mídia não quer e a combate, e naturalmente o Parlamento, que ecoa as vozes da sociedade, não quiser aprová-la, paciência. Eu continuarei a trabalhar por ela, porque sei da importância da reforma da Previdência. Não é apenas em função de uma coisa de futuro, mas de uma coisa para já”, afirmou Temer.

Em um recado à imprensa, Temer afirmou que governo terá dado certo mesmo se a reforma não for aprovada. “A reforma da Previdência é a continuação importante, fundamental para fecho das reformas que estamos fazendo. […] Por mais que não se consiga fazer tudo, se permita que quem venha depois, mais adiante, que possa fazer uma nova revisão da Previdência Social”.

Para Temer, somente a reforma possibilitará ao país retomar os investimentos que vão impulsionar a geração de empregos. “Muitos pretendem derrotá-la, porque, derrotando-a, derrotam o governo, mas não é verdade: derrotam o Brasil”, afirmou o presidente.

Repactuação da base

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que cabe ao governo do presidente “repactuar” a sua relação com a base aliada a fim de tentar garantir os votos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Casa.

Maia disse que os deputados estão “machucados” após o “desgaste” por que passaram ao rejeitar as duas denúncias contra Temer. Para ele, o Executivo tem de conversar com os parlamentares da sua base a fim de discutir e votar a reforma.

“Tem desgaste e cabe ao governo reorganizar a sua base e repactuar a sua base para que a gente possa voltar a ter número suficiente para votar a Previdência”, disse Maia, em entrevista a jornalistas na saída da reunião de líderes da Câmara.

Maia disse que a não votação da reforma não pode ser creditada como culpa do centrão, do PSDB ou do DEM.

“É ruim querer responsabilizar A, B ou C aqui. Nós passamos cinco meses aqui em momento de muita tensão e desgaste na base”, disse, numa referência indireta à delação da J&F que implicou Temer.