Frente comemora relatório da CPI e amplia o debate contra a reforma da Previdência

Com o objetivo de dar continuidade aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a Frente Parlamentar Mista em defesa da Previdência se reuniu, nesta quinta-feira (26), na Câmara dos Deputados, para discutir os desdobramentos do relatório final da Comissão, aprovado por unanimidade.

 

Para o presidente da CPI e coordenador da Frente, senador Paulo Paim (PT-RS), o relatório da Comissão comprovou que a Previdência é superavitária. “O problema da Previdência é de gestão. Se houvesse efetivamente uma administração séria e com responsabilidade com os trabalhadores e aposentados, com total certeza, o país não precisaria estar passando por esta humilhação, que é essa reforma previdenciária do Temer. Ela exclui e coloca na mesa do mercado financeiro o futuro de milhões de brasileiros”, disse Paim.

 

Segundo o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT-MG), o país se encontra em um momento decisivo na política. “Estamos no momento mais dramático da história do Brasil, por isso, devemos despertar. Não podemos ficar parados e concordar com o modo como está sendo conduzida a nossa política. Juntos, vamos lutar pela nossa Seguridade Social, saúde, educação e pelo povo brasileiro”, disse Leão, membro da Frente.

 

Para Vanderlei Padilha, representante da ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), os resultados da CPI fortalecem a luta dos movimentos sociais e sindicais. “A vitória do relatório aprovado por unanimidade é um grande mérito. O próximo passo é mobilizar a população, os sindicatos, os movimentos e as centrais para criar uma unidade em defesa da Previdência Social”, argumentou Padilha.

 

Givanilson Silva, assessor da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), sugere à Frente para que amplie o debate sobre a reforma da Previdência. “Precisamos levar a discussão para as universidades, as escolas, sindicatos, além de mobilizar toda a população. Não podemos aceitar esse retrocesso social”, destacou Silva.

 

O vice-presidente da ANFIP (Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil), Décio Bruno Lopes, disse que a entidade está preocupada com a injustiça em relação as retiradas de benefícios propostas na PEC 287/2016. “Essa reforma vai retirar tudo, se for aprovada será a extinção dos direitos. Precisamos continuar agindo, mobilizando os parlamentares para manter os direitos sociais previstos na Constituição de 88”, disse.

 

Participaram da reunião também o deputado Heitor Jose Schuch (PSB) e representantes da ANFIP, Auditoria Cidadã, SINAIT, COPAB, ANDES, CONAMP, SITRAEMG, MOSAP, FETAGI-RS, COBAP, CONTAG, SINAIT, ANDES-SN, CONANP e Prefeitura de Vanini/RS.

 

A Frente é coordenada pelo senador Paulo Paim e o deputado Arnaldo Faria de Sá. Atualmente conta com 96 entidades. A Frente defende a manutenção dos direitos sociais e uma reforma estrutural da captação de recursos nos termos da legislação atual. Dessa forma, almeja garantir os direitos dos cidadãos na Seguridade Social.