CPI da Previdência: sindicalistas criticam reformas

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Publicado em 12 de Junho
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Na 10ª audiência pública da CPI da Previdência, realizada nesta segunda-feira (12), representantes das centrais sindicais criticaram as reformas trabalhista e previdenciária.

De acordo com Valeir Ertle, secretário Nacional de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o problema da Previdência não é contábil, mas sim político e social. “A despesa previdenciária é um investimento social de alto alcance”, disse. Para o secretário, é preciso reduzir os juros, aumentar a geração de empregos, combater a sonegação e proteger a Seguridade Social da DRU.

“Estamos vivendo um estado de golpe. Isso é resultado de um Estado de recessão, onde não existe respeito com a Constituição Federal. É muito grave quando um governo não tem o respaldo das urnas”, disse. O secretário critica a pressa com que o governo quer aprovar essas reformas e privatizar a Previdência Social. “Essa campanha que o governo está fazendo das reformas é mentirosa e fraudulenta, além de desmontar o aparelho do Estado, limitar os investimentos e os gastos públicos”, declarou.

Para Antônio Carlos Cordeiro, representante do Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora (Intersindical), o termo correto para essas reformas do governo seria desmonte. “Isso não é uma reforma, é um desmonte articulado, diante de um governo ilegítimo, fruto de um grande conglomerado das elites do Brasil que se articularam para atacar os direitos dos trabalhadores, entre eles, os direitos previdenciários”, criticou.

Para Rosana Colen Moreno, representante da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) e da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), a Pec 287 aumentará a exclusão social. “Nós sugerimos a criação de fórum permanente para discutir a Previdência e buscar ações de proteção para as crianças que são o futuro do nosso país”, disse.

Também estiveram presentes na reunião, representantes da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, da Central Geral do Trabalhadores do Brasil, da União Geral dos Trabalhadores e da Central dos Sindicatos Brasileiros.

O presidente da CPI, Paulo Paim, criticou mais uma vez, a pressa com que o governo quer aprovar essas reformas e convidou toda a população para a manifestação do dia 30 de junho. “Precisamos ir para as ruas e protestar contra essas reformas tão absurdas. Não podemos deixar aprovar essas reformas a toque de caixa como querem fazer”, disse.

Manifestação

Ao iniciar a audiência, o senador Paulo Paim, comentou a nota emitida pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia sobre o possível acionamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o ministro Luiz Edson Fachin.

Cármen Lúcia divulgou uma nota dizendo que a possível “devassa” contra o ministro é “própria de ditaduras”, acrescentando que a Corte repudia, com veemência, “espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça”.

“O assunto é gravíssimo. Estamos vivendo um momento muito difícil no país, onde todos precisam ter responsabilidade. Uma resposta tão dura como essa da ministra da STF, envolvendo o presidente da república, merece o nosso apoio”, disse Paim.